Insônia

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Fiquei sem postar um tempo, vida conturbada, insônia, cansaço, tudo que escrevia tinha cara de bilhete suicida e eu não tenho mais idade pra isso né? Sinceramente? Preciso de coisas novas, algo que saia do roteiro filme/livro/academia/isolamento, mas o quê? Vontade de jogar tudo pro alto e sair andando sem rumo e sem pensar, às vezes chego a acreditar que meu mal é pensar. Quem foi mesmo que disse que ignorância é felicidade? Na atual conjuntura, me parece uma opinião acertada.


Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
(...)
Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,
Não tenho energia para nada, para mais nada...
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.

Álvaro de Campos - Insônia

1 comentários:

Unknown disse...

Olá!
Gostei de seu blog com belas imagens e postagens inteligentes.Se quiseres me seguir, ficarei muito feliz e te seguirei também.Espero sua visita.

 
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