domingo, 27 de setembro de 2009

Mês quente, o mais quente do ano, acordando várias vezes de madrugada para tomar banho. É o Armagedon, serious, o mundo vai acabar em fogo. Deixando todo o drama de lado, vida tá super corrida, sinto falta de postar, mas ainda estou em uma vibe down e não quero ficar escrevendo tristezas porque ao invés de mitigar, elas aumentarão.
Algumas notícias boas, viajo em janeiro, minhas lentes chegaram e são confortabilíssimas, super recomendo as acuvue hydraclear, meus olhos não ficam vermelhos e eu chego a esquecer que estou usando-as, passei no seletivo para o projeto Darcy Ribeiro, resta saber quando vão me chamar.
Bem, é isso.

"As boas notícias não gostam de barulho. Sabem que pisam em território hostil, sabem que os inimigos podem vir de toda parte e por isso, quando se aproximam, medem bem os passos. Com medo de nos acordar, as boas notícias preferem chegar na ponta dos pés. Mesmo assim, ela acordou e viu as letras boiando no monitor colorido, no alto, a tempo de ser informada de que já não existia. O sono de repente escorreu pelos seus pés e Joana recebeu em cheio, na retina, no ouvido, na própria pele, o golpe desorientador, a aflição de quem acorda sem poder lembrar, a princípio, onde está. Depois de dormir de mau jeito em uma cadeira no saguão do aeroporto, Joana girou os ombros, balançou a cabeça para um lado e outro, se desfazendo do que parecia um excesso de ossos, uma rigidez desencontrada, e tentou pôr os músculos de volta no seu contorno original. Ao mesmo tempo, o monitor luminoso insistia em repetir o seu nome, letra por letra, as sílabas flutuavam sobre a lápide de água, anunciando que, havia alguns minutos, Joana tinha deixado mesmo de existir.
Este mundo já não a conhecia."
Rubens Figueiredo. (Trecho do conto "Sem os Outros", do livro As Palavras Secretas)

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